Cidades invisíveis é o recorte editorial proposto às reportagens hipertextuais e multimidiáticas desenvolvidas pelos estudantes, neste semestre. Com base no livro homônimo de Ítalo Calvino, segundo o qual "de uma cidade não aproveitamos as suas sete ou setenta e sete maravilhas, mas a resposta que dá às nossas perguntas" (CALVINO, 2002, p. 44), os estudantes propuseram pautas que revelassem uma perspectiva cultural pouco visível no jornalismo cultural produzido em Belo Horizonte. A seguir, desenvolveram as reportagens, os ensaios fotográficos e videográficos e experimentaram possibilidades de redação hipertextual e edição. O resultado é uma tentativa de revelar um certo mosaico cultural que delineia o cotidiano de Belo Horizonte, assumindo-se os riscos da empreitada, pois, segundo Calvino (2002, p. 48), "nao existe linguagem sem engano". A exemplo dos relatos de Marco Polo no livro, essas reportagens pretendem explorar "os vazios não preenchidos por palavras", através dos quais se tecem as teias de linguagens que conformam as cidades. "As descrições das cidades visitadas por Marco Polo tinham esse dom: era possível percorrê-las com o pensamento, era possível se perder, parar para tomar um ar fresco ou ir embora rapidamente" (CALVINO, 2002, p. 41).