sexta-feira, 30 de março de 2007
Saia da mesmice! Conheça um novo bar
Cansado dos mesmos barzinhos, das mesmas músicas e das mesmas pessoas? Não se preocupe! Uma portinha entre lojas pode ser a sua válvula de escape. Encontramos recantos inusitados, locais que têm mais a oferecer que simplesmente uma cerveja gelada ou uma boa comida, enfim, locais que possuem uma assinatura própria. São bares fora dos padrões, sem compromisso com modismos e sem pretensões de se tornarem o point da cidade.
Para conhecer é preciso ser indicado por alguém. É preciso fazer parte de um grupo. Uma rede de amigos do amigo dos amigos... Um ambiente gostoso para curtir o que quiser. Locais onde o normal é exótico, que possuem atrativos muito particulares.
Se você faz parte da geração saúde, por exemplo, é apaixonado por esportes radicais e açaí, mas não dispensa a boa e tradicional cervejinha, o Sete Cumes é o seu lugar. Uma enorme parede de escalada se mescla com mesas de boteco e sinuca, além de músicas que atendem a vários estilos do samba ao rock.
Agora, se você prefere um lugar mais reservado, quer passar despercebido e curtir um tira-gosto enquanto faz filosofia sobre o mundo ao som de antigos vinis, vale dar uma passadinha no Beco do Vinil ou, simplesmente, Bar do Marcílio.
Mas se você é “normal”, gosta de privacidade, um local aconchegante e MPB ao vivo, o seu lugar é o Normal Lounge Bar.
Vale a pena conferir o que Beagá tem para mostrar; mesmo quando está bem escondidinho...
Grupo: Andréa Andrade, Flávia Brandão, Hermano Chiodi Freitas, Chicó Araujo (João Victor), Mariana Renan, Thobias Almeida
Pombos-correio resistem à tecnologia e voam alto para manter a tradição
Os criadores conseguem distinguir as suas aves das dos outros. “Às vezes a gente faz uma solta, fica esperando eles voltarem e acaba vendo também o pombo dos outros, que vão em direção às suas casas”, diz Euler.
E esses pombos, que são sinônimos de aversão para alguns, são os mesmos que já levaram alegria a várias pessoas. O uso dos pássaros era comum há muito tempo, quando a tecnologia ainda não era tão evoluída. “Antigamente as pessoas treinavam os pombos em fazendas. Dessa forma, era só soltar o pássaro na cidade e ele voltava ao lugar em que foi treinado, com uma mensagem”, contou Euler, que cria pombos-correio há mais de 40 anos.
O descendente de irlandeses se apaixonou pela ave quando, aos três anos de idade, ganhou de amigos da família seu primeiro casal de pombos. Ainda não eram pombos-correio, espécie que ele só conseguiu adquirir ao completar 11 anos. “Quem tinha bons pombos não gostava de vender”, relembra. A família toda participava, mas foi ele quem construiu sozinho seu primeiro pombal.
Euler conta que a maior dificuldade na criação é conciliar o trabalho com o tempo necessário para se dedicar aos pássaros. Ele gasta de três a quatro horas por dia, mas não reclama. Para ele essa atividade significa mais que um hobby . “É uma higiene mental. Tudo o que se faz que tem trabalho e lazer se torna prazer”, reflete.
Desmentindo crenças, os pombos correios não eram usados para enviar mensagens de amor aos namorados. Entre as suas funções prioritárias estava a de enviar notícias às famílias, em caso de viagem. Isso porque o dono só pode enviar mensagens à sua própria casa, que o pombo consegue localizar mesmo a mais de mil quilômetros de distância.
A espera pela volta do pássaro pode mudar a vida de algumas pessoas. Num certo dia, Euler Nunan recebeu um pombo-correio em sua casa, mas não tinha conhecimento do dono dele. Sabendo que a ave tende a retornar ao local onde foi criada, ele escreveu um bilhete e depois a colocou em liberdade. Poucos dias depois, recebeu um telefonema. “Essa história me marcou muito. Quem me ligou foi o dono do pombo, na época presidente da Federação Columbófila Brasileira. Ele me ligou agradecendo por eu ter soltado o pássaro e desde então mantemos contato. Hoje, somos verdadeiros amigos”, detalhou.
No Brasil, a prática é ainda pouco incentivada. “Minas Gerais é o estado que apresenta o maior número de columbófilos de todo o Brasil, sendo Belo Horizonte a cidade com o maior número de criadores”, disse o professor de Engenharia da PUC Minas, Antonius Henricus. Mas ele afirmou que ainda são poucas as pessoas que preferem criar pombos a outros animais, até porque o hobby (que é a forma como Antonius define a prática) exige tempo, dedicação e disponibilidade financeira.
Michelle Beckmann
Legenda: Saudosos, os pombos sempre retornam aos seus lares
A Rua dos dançarinos felizes
Existe um quarteirão da Rua dos Goitacazes onde predomina a diversidade. É um trecho pequeno que não está na Zona Sul, nem consta dos itinerários dos abastados, mas que guarda em suas tabuletas, construções e personagens uma certa poesia, um sonho, talvez, de que a igualdade, exatamente ali, fez a sua morada. Aos sábados, quando caem as tardes, esse pedaço de rua torna-se palco do “Quarteirão do Soul”. Um encontro de dançarinos da black music que, pelo menos momentaneamente, ofusca as diferenças de credo, hierarquia social e raça.
Poucas vezes, quem sabe, a visão da diversidade esteve tão plena, misturada harmoniosamente. Confira, agora, uma amostra de singular alegria fraterna:
Vídeo com cenas do “Quarteirão do Soul”
O “Quarteirão do Soul” é embalado pelas músicas de James Brown. Dançarinos de sapato bicolor e, às vezes, com ternos alinhados, misturam-se aos transeuntes e espectadores, exibindo performances inspiradas na década de 1970. Uma imagem que parece saída do túnel do tempo. Há dançarinos com cabelo black-power, deslizando sobre o asfalto, como se a superfície fosse feita de gelo. Junto deles, dançam personagens vindos de qualquer lugar: grupos de jovens, figuras saudosas daquela década passada, o andarilho e sua cachorrinha de pelagem negra, o catador de material reciclável que venera James Brown...
Debaixo da janela, James Brown ainda ecoa. Está nos LPs que tocam nas pick ups de quem comanda o som no “Quarteirão do Soul”. E as pessoas continuam dançando e sorrindo, quem sabe apagando da memória as suas dores. Algumas se esforçam para aprender os passos, mas há aquelas que dançam a seu modo, apenas vivendo o momento. Entre os mais animados, pode-se ver um andarilho anônimo. Do seu corpo pendem cornetas que ele toca esporadicamente. Mas a sua fiel seguidora, a cachorrinha vira-lata, parece hesitante no meio dos dançarinos, sem entender o motivo da alegria contagiante do seu dono.
Lá em cima, da sua janela, a “Tia” observa o encontro da diversidade. Suas últimas palavras também ecoam pelo quarteirão:
- Às vezes, na sua casa, você tem um monte de janelas e nenhuma lhe agrada. Mas esta tem um astral muito bom! Olhando daqui de cima, acho que todo mundo nesse quarteirão é feliz...
Teatro audiovisual
O charme do teatro que pressupunha um inesperado encontro entre personagens e platéia pode estar com os dias contados. E para percorrer esta distância, bastam apenas alguns cliques. É o tempo real que utiliza meios audiovisuais, misturando a concepção de trailler cinematográfico, aos palcos. É a era YouTube na influência sócio-artística-cultural.
O Grupo Galpão e sua sede cultural, Galpão Cine Horto, já disponibilizam vídeos. Segundo o coordenador de produção da casa, Rodrigo Fidelis, a equipe decidiu reforçar suas ações na internet, para que haja mais democratização na cultura. “Desde o ano passado estamos mergulhando nesse universo. Nosso site passou por grandes mudanças, ficou mais dinâmico, com imagens dos projetos, ferramentas de promoções, cadastro do público, com serviços diários e um histórico com todas nossas ações”, conta Fidelis.
Além da reformulação no próprio site, e da comunidade no ORKUT , a equipe decidiu também disponibilizar vídeos, de vários projetos executados no/e pelo Galpão Cine Horto, no You Tube. No canal 'galpaocinehorto', é possível encontrar filmes tanto de encontros de profissionais, quanto imagens de espetáculos. “Pretendemos ainda disponibilizar trechos de aulas e oficinas ministradas aqui, para que futuros alunos possam ver o nosso método de ensino e a dinâmica dos nossos professores”, enfatiza Fidelis. Ele acredita que essa é uma forma de arquivar os eventos e ao mesmo tempo tornar público os projetos da casa.
Para o diretor, ator e produtor teatral Cássio Pinheiro, a internet é o meio mais democrático já inventado para haver troca de informações. Segundo ele, por ser produzido de modo artesanal, o teatro é carente da disponibilidade de recurso financeiro para uma divulgação em massa. “A internet, além de proporcionar um baixo custo à postagem de vídeos e materiais de divulgação, nos proporciona um contato mais direto com os internautas, possibilitando ainda a abertura de espaço para que ele manifeste sua opinião sobre esse ou aquele evento artístico”, completa.
Para Pinheiro, essa movimentação artística no You Tube ainda não pode ser considerada uma tendência em Belo Horizonte, já que, apesar da crescente profissionalização do meio artístico, a produção teatral na cidade ainda é muito amadora. De acordo com ele, é por esse amadorismo que muitos produtores ainda estão no “período cretáceo” do ponto de vista da internet.
Já o ator e produtor teatral Fernando Bustamante, acredita que as postagens de vídeos no You Tube pode ser consideradas uma tendência mundial. Ele postou na íntegra a peça infantil que produziu, 'A pequena sereia', porque acredita que esta seja a forma mais eficaz de divulgar o espetáculo. “A pedido de admiradores da estória infantil, residentes em diversos Estados, que não têm a oportunidade de assistir ao espetáculo, resolvi colocar a peça disponível na internet. Além do que, temos a possibilidade de divulgarmos a peça em todo o mundo e analisarmos os comentários da nossa montagem”, conta.
Grupo: Bárbara Teles, Pedro dos Anjos e Tássia Corina
quinta-feira, 29 de março de 2007
Outra cidade, outra vida
Second Life (SL).
O jogo virtual, que já tem mais de quatro milhões de membros no mundo todo, é um ambiente econômico e social, uma mistura de realidade virtual com um site de relacionamentos. Muitos membros ainda escolhem ter uma vida bem parecida com a real, mas o que mais fascina os freqüentadores são as infinitas possibilidades que extrapolam os limites geográficos. Os usuários podem conhecer pessoas e lugares de todo o mundo, criar objetos, fazer negócios, ser outra pessoa, se teletransportar, voar, dentre outras. Há a possibilidade de se procurar o nome de uma cidade qualquer e se teletransportar para ela. Segundos depois o personagem se vê no lugar, com os edifícios e ambientes aparecendo aos poucos e logo vem a interpretação do sentido do lugar. Não gostou? Pode viajar para outro país em um segundo.
Fernando Souto, de 29 anos, trabalha na vida real como recepcionista de um hotel em São Paulo. É solteiro, mas seu personagem “Uma ótima pessoa” pretende se casar “virtualmente” com uma garota do Rio de Janeiro. Como na vida real, todo casório custa muito dinheiro. Para bancar o conforto e as despesas, eles estão a procura de emprego. Além de gastar mais de uma hora diária com o relacionamento, ele passa em média 30 minutos em cassinos, outros 30 minutos em danceterias e 40 minutos ajudando pessoas gratuitamente na cidade de São Paulo que foi projetada no jogo. São quase 3 horas por dia vivendo a sua “segunda vida”.
O fotógrafo publicitário de Belo Horizonte, Pedro Lima, de 28 anos, já chegou a ficar três semanas sem se desconectar do jogo. Deixava o computador ligado direto, e jogava 12 horas por dia, em média, nessa época. Ele conta que a maior emoção que viveu no SL foi uma representação do que gosta de fazer em sua vida real. Pedro Tavares Peterman, seu personagem, foi chamado para trabalhar em uma boate, onde vários avatars (modo como as pessoas virtuais são identificadas) se encontram, dançam, “ficam” e bebem, como em uma boate real.
Já existem 36 cidades e ilhas brasileiras no jogo. Uma praça de São Paulo é um dos lugares mais visitados. Lá sempre há vários grupos reunidos, além de pessoas pedindo orientações sobre como jogar e como ganhar dinheiro. Talvez essa possibilidade de ficar rico sem suar a camisa, seja o motivo de tanta cobiça entre as pessoas. O exemplo mais divulgado pela mídia foi o da chinesa Ailin Graef, que se tornou a primeira milionária do SL comprando e vendendo terrenos. Muitos aceitam qualquer trabalho, como de dançarino, segurança, garçom e até de “homem banner”, facilmente encontrados nos centros das capitais brasileiras na vida real.
Na praça paulista existe um distrito policial. Logo na recepção é possível registrar um boletim de ocorrência, apesar de as leis locais não serem propriamente divulgadas. Dentro do edifício há uma cadeia, mas ninguém está preso. O primeiro conselho de justiça do Second Life está ao lado desse distrito, e, ironicamente, é um prédio vazio, sem ninguém à disposição para atender a quem precisar.
Outros lugares para diversão e cultura são as praias com espaço para lual, jardins, salas de jogos, botecos, shows, partituras de orquestra, e até a primeira galeria de arte brasileira na Internet. Em todos os ambientes existem bolhas flutuantes que, ao serem clicadas, permitem ao avatar realizar determinada atividade. No carnaval, a IG, patrocinada pela Fiat, realizou uma festa com direito a trio elétrico e fantasias. Clicando nessas bolhas, os personagens com samba no pé saíam dançando pela avenida. A banda Irlandesa U2 e o Dj Fatboy Slim também inovaram e fizeram shows no SL, uma espécie de clipe das bandas.
Marcelo Zorzanelli, que escreveu a reportagem especial sobre o SL da Revista Época do dia 19 de março, fez uma festa no dia 21 de março com o avatar Marcelo Zeffirelli. Mais de trinta pessoas compareceram. Quando perguntado se estava ficando viciado com o SL, Zeffirelli disse “não, eu odeio” e que a festa foi realizada porque seus editores haviam solicitado. Logo depois, ele estava parado na pista de dança, reclamando do som, enquanto a mulherada não parava de dançar.
Na mesma festa, “Uma ótima pessoa” e “Thay Nagi” dançaram, namoraram e conversaram em um canto sobre como iriam conseguir os tão falados Lindens, a moeda local, para realizar o tradicional sonho de casamento.
O sexo no Second Life
Grupo: Cristina Alkmim, Juliana Minardi, Maria Eduarda, Mariana Teixeira
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BH PARA OS BELORIZONTINOS
Na década de 40, um diamantinense recém-chegado na capital começou a trabalhar na prefeitura e se viu encantado pela história de Belo Horizonte. Com a preocupação de preservar e divulgar o acervo de documentação histórica da cidade, convenceu o então prefeito, Juscelino Kubitschek, a criar um museu para BH. Novidadeiro como era, JK comprou a idéia de Abílio Barreto e cria o museu homônimo, cuja sede adotada foi a Fazenda do Leitão, um dos últimos casarões da época do Curral Del Rei (sua construção data de 1883) ainda preservado, localizado no bairro Cidade Jardim.
De lá pra cá, apesar dos esforços de Abílio Barreto, o museu não foi bem cuidado e nem recebeu os incentivos necessários à boa conservação de seu acervo, o que acabou gerando sua deterioração. Apenas em 1991 foi aprovada a verba para a reforma do casarão e para a construção de uma sede maior e mais moderna. “Na época em que trabalhávamos no casarão, ficávamos todos numa mesma mesa, não havia espaço para nada” conta a responsável pela biblioteca do museu, Magda Alencar, que trabalha no MHAB há 17 anos.
Em 1998 foi inaugurado o moderno prédio localizado na Avenida Prudente de Morais, em um espaço anexo ao jardim do casarão, que foi restaurado e hoje abriga a exposição “BH Tempo e Movimentos”, que exibe objetos da época do Curral Del Rei.
Além da sala de exposições - que atualmente apresenta a exposição “Ver e Lembrar: monumentos em BH” o prédio tem um auditório para conferências, onde acontecem lançamentos de livros, debates e colóquios, além de apresentações musicais. Toda primeira quinta-feira do mês a Veredas Produções promove, gratuitamente, o evento “Dois Tempos”, que traz artistas mineiros para apresentações musicais em duas sessões, uma às 19h e a outra às 21h. O prédio conta também com uma biblioteca equipada com computadores e todo tipo de publicações de arte, história do Brasil, museologia, jornais antigos – como o extinto Binômio, jornal mineiro de contestação da Ditadura Militar e até publicações que relatam a inauguração da cidade, em 1897 – além de teses e trabalhos acadêmicos sobre Belo Horizonte e urbanização em geral.
Uma locomotiva a vapor, um elevador e um bonde, todos datados do início do século passado, estão em constante exposição no jardim do museu, e recentemente a diretoria instalou um enorme mapa iluminado de Belo Horizonte, com todos os bairros delimitados, além de boxes com fotos e dados da cidade ao longo desses 109 anos. “É muito importante que todos saibam que as visitas são gratuitas, assim como os eventos que acontecem no museu” afirma Magda. Iniciativas como o Domingo no MHAB, que traz música e apresentações teatrais para crianças no palco do jardim do museu, movimentam o espaço e atraem quem passa pela região, mas esse projeto só deve ser retomado a partir do mês de Junho.
Aonde mora a minha história?
Escola Integral vai ampliar as visitas de escolas
Grupo: Clara Massote, Eduardo Drummond, Fabio Gruppi,George Figueiredo, Marcelo Zícker e Marina Toledo